Abstract

Neste texto, a ética da alteridade de Emmanuel Levinas, para quem a nudez do rosto não é uma figura de estilo, mas a consciência moral, encontra a teoria da ação (cultural) dialógica, fundamento, na pedagogia do oprimido de Paulo Freire, de sua denúncia-anúncio contra a desumanização e a opressão. Para ambos, a violência toma o sentido de posse, modo pelo qual um ente, embora existindo, é parcialmente negado. Essa parcialidade, ao negar a independência do ente, instaura a opressão, negando ao oprimido a sua vocação de ser mais. A opressão mata a vida. Contudo, é pela tomada de consciência desta condição de ser-para-outro, que a própria possibilidade do humano pode ser pensada, porque a relação com outrem ou com a coletividade é nossa relação, irredutível à compreensão. Reconhecer tal subversão, ou seja, que os oprimidos, na medida em que se libertam, eles evitam a volta ao regime opressor e, ao fazê-lo, libertam o opressor, eles inauguram o amor não é assumir, em essência, que ética é a construção do sentido da vida humana desde o encontro com o outro? PALAVRAS-CHAVE – Humanismo. Liberdade. Ética da alteridade. Pedagogia do oprimido. Transformação social.

Highlights

  • In this paper, the ethics of otherness of Emmanuel Levinas, for whom the nudity of the Face is never a matter of style but moral conscience, encounters the theory of dialogical action, foundation for Paulo Freire’s pedagogy of the oppressed and its denunciation-enunciation of dehumanization and oppression

  • O critério básico, primordial, está em sabermos se a sociedade é ou não é um “ser-para-si”, ou seja, em sabermos se a dualidade existencial dos oprimidos que, hospedando o opressor, cuja sombra eles introjetam, tornando-os eles e ao mesmo tempo em que são o outro, foi desanuviada

  • Na substantividade do estar com, parece, encontra-se um caminho profícuo para a Ética da Alteridade, ou seja, uma forma de pensar a realidade desde a justiça: “justiça em todos os sentidos, justiça para com o que não é nós, justiça para nós como justiça para com o outro que nós” (SOUZA, 2004, p. 51)

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Summary

Introduction

The ethics of otherness of Emmanuel Levinas, for whom the nudity of the Face (visage) is never a matter of style but moral conscience, encounters the theory of (cultural) dialogical action, foundation for Paulo Freire’s pedagogy of the oppressed and its denunciation-enunciation of dehumanization and oppression. Esta é a razão pela qual, submetidos a condições concretas de opressão em que se alienam, transformados em seres para outro do falso ser para si de quem dependem, os homens já não se desenvolvem autenticamente.

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