Abstract

RESUMO Antecedentes: A correção rápida da hiponatremia, principalmente quando grave e crônica, pode resultar em desmielinização osmótica. A última diretriz para diagnóstico e tratamento da hiponatremia (2014) recomenda um limite de correção de 10 mEq/L/dia. Nosso objetivo foi sumarizar os casos publicados de desmielinização osmótica para avaliar a adequação dessa recomendação. Método: Revisão sistemática de relatos de caso de desmielinização osmótica. Incluímos casos confirmados por imagem ou anatomia patológica, em maiores de 18 anos, publicados entre 1997 e 2019, nas línguas inglesa ou portuguesa. Resultados: Avaliamos 96 casos de desmielinização osmótica, sendo 58,3% do sexo feminino e com média de idade de 48,2 ± 12,9 anos. A mediana de sódio sérico admissional foi 105 mEq/L e > 90% dos pacientes apresentavam hiponatremia grave (<120 mEq/L). Foram comuns os relatos de distúrbios do trato gastrointestinal (38,5%), etilismo (31,3%) e uso de diuréticos (27%). A correção da hiponatremia foi feita principalmente com solução salina isotônica (46,9%) ou hipertônica (33,7%). Correção de hipocalemia associada ocorreu em 18,8%. Em 66,6% dos casos houve correção da natremia acima de 10 mEq/L no primeiro dia de internamento; a velocidade não foi relatada em 22,9% e em apenas 10,4% foi menor que 10 mEq/L/dia. Conclusão: O desenvolvimento da desmielinização osmótica foi predominante em mulheres, abaixo de 50 anos, com hiponatremia grave e correção rápida. Em 10,4% dos casos, houve desmielinização mesmo com correção <10 mEq/L/dia. Esses dados reforçam a necessidade de alvos conservadores para pacientes de alto risco, como 4–6 mEq/L/dia, não ultrapassando o limite de 8 mEq/L/dia.

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