Abstract
Este artigo descreve e analisa as nominalizações em -ção, com o objetivo de investigar os fatores que contribuem para que essas construções, no português brasileiro, denotem as diversas leituras observadas, evento, resultado e entidade. Assumimos que essas leituras estão relacionadas: às fases por que passam essas formações durante a sua derivação, considerando os pressupostos teóricos da Morfologia Distribuída (HALLE; MARANTZ, 1993, 1994; MARANTZ, 1997, 2001, 2007, 2013; ARAD, 2003; SIDDIQI, 2009; EMBICK, 2010); à presença/ausência dos traços de aspecto lexical, dinamicidade, duração e telicidade (VENDLER, 1967, SMITH, 1997; CROFT, 2012) nas nominalizações. Propomos que as formações com leituras de evento e resultado passam por uma projeção verbal e, consequentemente, por uma projeção aspectual e as nominalizações com leitura de entidade não passam por uma projeção verbal, dado que são formadas diretamente de nome.
Highlights
SIDDIQI, 2009; EMBICK, 2010); the presence/absence of lexical aspect traits, dynamicity, duration and telicity (VENDLER, 1967, SMITH, 1997; CROFT, 2012) in nominalizations
We propose that the formations with event and result readings bear a verbal projection and, an aspectual projection and the nominalizations with entity reading do not go through a verbal projection, since they are formed directly from the noun
Segundo Reis (2016), esses verbos selecionam como argumento interno nominalizações que expressam consequência da ação ou denotam estados de seus sujeitos
Summary
Segundo Basílio (1980), o sufixo –ção é um dos nominalizadores mais produtivos na língua portuguesa. Como descrito por Freitas (2015), existe uma correspondência significativa entre a classe temática e a escolha do sufixo nominalizador. A classe –ar seleciona preferencialmente –ção, como atestam os dados de sua pesquisa. Freitas (2015) propõe que a escolha dos falantes e escreventes pelo sufixo –ção também está relacionada à estrutura argumental do verbo que serve de base para a nominalização: verbos bitransitivos e inergativos formam preferencialmente nomes com o sufixo –ção, como no exemplo em [7], com o verbo bitransitivo doar e o verbo inergativo respirar. Após apresentar uma descrição das nominalizações em –ção, na seção seguinte, apresentamos o modelo teórico da Morfologia Distribuída (HALLE; MARANTZ, 1993, 1994; MARANTZ, 1997, 2013; ARAD, 2003; EMBICK, 2010), com vistas a discutir sobre a primeira hipótese que norteou o desenvolvimento da pesquisa apresentada neste artigo
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