Abstract

Este trabalho analisa a maneira como a alteridade se inscreve na obra de Manoel de Barros, especificamente, no poema “Lições de R.Q”, integrante da seção “Os Outros - o melhor de mim sou Eles”. Tomando-se por base procedimentos artísticos de Rômulo Quiroga nas artes plásticas e a poesia de Manoel de Barros, o estudo enfoca o encontro destas duas identidades: a do eu-lírico e a do artista plástico. Pode-se afirmar que este encontro resulta na evocação de tempos e espaços recônditos e, simultaneamente, latentes diante das feições por meio das quais ambos se edificam como alteridades inatingíveis e indizíveis, conforme conceituam Emmanuel Lévinas e Maurice Blanchot.

Highlights

  • A escritura se “instala descobrindo sob as aparentes pessoas a potência de um impessoal, que de modo algum é uma generalidade, mas uma singularidade no mais alto grau [...]”, declara Deleuze (1997, p. 13)

  • Na parte introdutória à obra – denominada como “Pretexto” (2001), o poeta afirma “O que eu queria era fazer brinquedos com as palavras

  • Considerando-se que metáfora “é a transferência de significação por meio de elipses do elemento comparativo”, conforme Carlos Ceia (E-dicionário de Termos Literários, 2010), a figura de linguagem é também deslocamento para fora de si

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Summary

Introduction

A escritura se “instala descobrindo sob as aparentes pessoas a potência de um impessoal, que de modo algum é uma generalidade, mas uma singularidade no mais alto grau [...]”, declara Deleuze (1997, p. 13). A própria técnica, assim como os meio de produção, no entanto - que dizem muito sobre Quiroga -, são o conteúdo inexpresso porque dito no fazer das coisas, nas escolhas por ele feita.

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