Abstract
Tomando como referência a discussão sobre os novos letramentos e as tecnologias digitais, o presente artigo aborda as novas possibilidades e demandas que as práticas de mapeamento desenvolvidas sob as condições tecnológicas atuais colocam para o ensino de Geografia. Como será possível notar, as tecnologias digitais têm permitido a emergência de formas de produção e uso dos mapas que se distinguem significativamente de outras pré-existentes. Marcada pelos modos de comunicação e interação próprios de uma nova cultura, esta nova cartografia carrega consigo a possibilidade de práticas de letramento bastante diferentes de outras com grande tradição na Geografia e cartografia escolares. Assim, as rupturas e conhecimentos que os novos letramentos cartográficos possibilitam e requerem ao ensino de geografia são as principais questões que orientam este texto.
Highlights
Taking as a reference the discussion about new literacies and digital technologies, this article addresses the new possibilities and needs that mapping practices developed under contemporary technological conditions raise for the teaching of geography
Marked by the modes of communication and interaction of a new culture, this new cartography carries with it the possibility of literacy practices quite different from others with great tradition in school geography and cartography
Em que nem sequer precisamos lembrar a localização dos livros nas estantes, Serres recorre à lenda de São Denis para mostrar como estes novos aparelhos decapitaram nossos corpos e entregaram em nossas mãos a memória, o raciocínio, a imaginação
Summary
Em seu livro A Polegarzinha, Michel Serres (2013) utiliza como metáfora o conto de Hans Christian Andersen para nos apresentar não uma menina do tamanho de um dedo polegar, mas sim que se relaciona com o mundo a partir dele. A autora entende que o surgimento das tecnologias digitais e dos meios de comunicação a elas vinculados fizeram emergir novas formas de leitura e escrita, as quais podem ser representadas nas figuras do que Santaella chama de “leitor imersivo” e “leitor ubíquo”. Não há como negar que o surgimento de um novo tipo de leitor sempre envolve novas formas de conhecimento e aprendizagem, novas capacidades e necessidades, o que coloca para a educação e o ensino de Geografia o desafio de entender os letramentos que estão em jogo quando as novas tecnologias adentram a vida dos jovens e a dinâmica da sala de aula. Buscando contribuir com esta discussão, Lankshear e Knobel (2007) desenvolvem o conceito de novos letramentos a partir de uma perspectiva sociocultural do uso das tecnologias digitais
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