Abstract

A partir de pesquisas etnográficas realizadas desde 2009 em Corumbá, na fronteira Brasil-Bolívia, procuro compreender alguns aspectos das relações de poder que se tornam mais visíveis por meio da análise dos conflitos sociais entre brasileiros e bolivianos. Para organizar os principais temas envolvidos nessa pesquisa, o artigo está dividido em três partes. Na primeira, abordo as interseções entre nacionalidade e etnicidade como critérios de classificação social na fronteira e as representações estigmatizantes sobre os bolivianos produzidas no lado brasileiro. Na segunda, discuto as estratégias de trabalho dos bolivianos em Corumbá em torno do comércio informal, relacionando etnicidade e nacionalidade com as oportunidades de trabalho e as formas de organização social. Por fim, nas considerações finais, busco compreender quais os efeitos sociais da deslegitimação progressiva dos bolivianos no lado brasileiro, manifestados nas políticas de controle e vigilância na fronteira, a partir da criminalização das práticas de trabalho informal

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