Abstract

Resumo Argumento que uma atitude política dos operadores de uma configuração transnacional de práticas discursivas sobre a violência e o pressuposto de uma dimensão psicológica como lócus de criação da consciência do gênero produzem um “efeito de teoria”: a identificação de homens que resistem em largar suas prerrogativas patriarcais. Tais enquadramentos legitimam o propósito de responsabilização de atos de violência contra a mulher, e implicam processos de conversão para provocar o reconhecimento da relação entre estrutura e ação que precede uma nova masculinidade. O propósito desencantador destas práticas colide com as relações vivas e a temporalidade que inspira a força de pais de família, protagonistas das brigas conjugais. Defendo que uma atitude analítica diante de práticas desprezíveis, à luz dos direitos humanos, desvela estruturas afetivas que ampliam o horizonte de compreensão da violência e brindam elementos para o julgamento acadêmico da resistência à adesão ao projeto feminista.

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