Abstract

Orígenes de Alexandria (c. 185-254) é considerado por muitos estudiosos de Patrística como o primeiro grande teólogo do Cristianismo. A partir da exegese minuciosa da Bíblia realizou uma amplíssima hermenêutica, expondo as Escrituras em comentários e homilias, e sistematizando toda a doutrina cristã em diversos tratados. Sua criatividade se baseava na Bíblia como temática, e numa metodologia peculiar, em que, na análise e interpretação, entrava o predomínio da alegoria. Orígenes foi de tal modo um expoente da teologia cristã em formação, e um adepto tão fervoroso de Platão que alguns dos seus estudiosos preferem definir os traços gerais do platonismo cristão e apenas assinalar as divergências entre eles como algo secundário. Em Alexandria a tradição da teologia judaica, iniciada com a helenização das Escrituras pela tradução dos Setenta, consolidou-se na obra de Filon, adepto de Platão que teve relevante influência junto aos intelectuais cristãos. A força do platonismo alexandrino, que já vinha dos tempos do Museu, ficou mais explícita quando, no século IV, foi criada a escola de teologia cristã de Antioquia da Síria, de tendência aristotélica, de exegese literal anti-alegórica, rejeitando Platão e tornando-se deste modo rival de Alexandria. Por isso na Escola de Antioquia Orígenes foi rejeitado, e no cristianismo da Síria tanto ele como o platonismo tiveram pouco lugar.

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