Abstract

Thomas Reid introduziu a noção de operação social da mente na teoria da mente e da linguagem. Sseu amigo James Gregory desenvolveu essa noção no contexto da Gramática Uuniversal clássica, particularmente na teoria geral dos modos verbais. A gramática filosófica clássica, antes de Reid e Gregory, pressupõe inter alia que a mente é “autocontida” (self-contained); em outras palavras, que os conteúdos e as operações mentais independem do ambiente natural e social. Algumas dessas operações têm uma estrutura em modus/dictum que corresponde, grosso modo, à distinção atual entre modo psicológico e conteúdo mental conceitual, análoga à distinção entre força ilocucionária e conteúdo proposicional e que se reflete parcialmente no sistema de modos verbais nas línguas naturais. A famosa Gramática de Port-Royal já indicava uma limitação importante desse modelo de mente autocontida: “Oon ne se commande pas proprement à soi-même”, escrevem Arnauld & Lancelot (“Não se ordena propriamente a si mesmo”). Defenderei que Reid percebeu que o individualismo não permite capturar os aspectos sociais da linguagem e, por isso, viu a necessidade de apresentar uma concepção de mente diferente, anti-individualista. A noção de operação social da mente é a peça fundamental da reforma empreendida por Reid em filosofia da mente. Ademais, ele e Gregory defenderam que as linguagens se formaram particularmente para expressar esses aspectos sociais da linguagem e da mente.

Highlights

  • Thomas Reid introduced the notion of social operation of mind in the theory of mind and language

  • Leclerc – Operações sociais da mente psychological mode and conceptual mental content, analogous to the distinction between illocutionary force and propositional content, which is partially reflected in the system of verbal moods of natural languages

  • I will try to show that Reid realized clearly that what we call today “individualism” does not allow us to characterize adequately the social aspects of language, and headed for a different conception of the mind, an anti-individualist one

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Summary

O núcleo duro da Gramática Universal

A Gramática Universal clássica (GU) tem como objetivo formular as regras constitutivas de qualquer sistema de signos capaz de expressar completamente o pensamento conceitual e de comunicá-lo com eficiência. A lógica do período clássico é ainda a lógica aristotélica e a sua concepção do juízo, mas a teoria da mente ou psicologia (racional) filosófica, como veremos mais adiante, é bem diferente daquela de Aristóteles. A teoria da mente proposta por Reid é bastante diferente da teoria proposta pelos racionalistas e pelos empiristas. A aceitação dos princípios do núcleo duro obriga os pesquisadores a rejeitar qualquer hipótese ou teoria que contradiz esses princípios e a promover hipóteses ou teorias auxiliares para facilitar a aplicação dos princípios ou para complementá-los, desenvolvendo-os de modo progressivo em direção a uma maior adequação empírica[4]

Leclerc – Operações sociais da mente
A concepção clássica de mente
As operações sociais da mente
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