Abstract

Através da abordagem de quatro filmes, a autora ressalta a importância das poéticas do deslocamento nas relações entre corpo, memória e paisagem. Seguindo o pensamento dos filósofos franceses Gilles Tiberghien e Anne Cauquelin, a paisagem é pensada como um meio ambiente físico que faz surgir uma relação. A ideia da paisagem como uma relação permite um avanço para uma reflexão que se desenvolve no texto através da noção de vestígio. Baseada no pensamento do filósofo Emmanuel Lévinas sobre esse conceito, abordam-se dois trabalhos do artista norte-americano James Benning e outros tantos do artista brasileiro Cao Guimarães. Desse modo, identifica-se, na organização de vestígios, uma tendência recorrente na produção audiovisual contemporânea.

Highlights

  • Se o cinema pode nos ajudar a enxergar o mundo, talvez seja porque os filmes podem criar diferentes perspectivas de revelar a realidade

  • Se a escrita é um rastro, um vestígio que insere o espaço no tempo, então organizar os fragmentos da memória em função de uma escrita não implicaria editar as paisagens em que vivemos, a fim de avançar rumo a novas paisagens? Isto é, se podemos escolher as paisagens que queremos guardar em nossa memória e de que forma queremos dispô-las em nossas narrativas, será que podemos criar novas formas de se perceber o mundo e, desse modo, propor novas formas de convivência entre os seres? Ou seja, a fim de avançar rumo a novas configurações do mundo, não seria necessário inscrever nossa memória, deixar rastros, vestígios nas paisagens pelas quais percorremos?

  • As poéticas do deslocamento no cinema – entrecruzamentos espaciais e temporais dentro de um mesmo filme – permitem uma expansão acerca do pensamento sobre a paisagem através de suas relações com o corpo e com a memória

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Summary

Introduction

Se o cinema pode nos ajudar a enxergar o mundo, talvez seja porque os filmes podem criar diferentes perspectivas de revelar a realidade. É nesse sentido que o cinema é um espaço privilegiado para se pensar na questão da paisagem, uma vez que trabalha sempre com a arte do enquadramento e da composição e, ainda, para além da tradição pictórica, acrescenta uma outra dimensão às inscrições das paisagens na arte: o tempo.

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