Abstract
Pelo prisma da nostalgia e das formas de impressão de identidade através do dispositivo cinematográfico – como contributo para o campo dos estudos fílmicos – este artigo propõe o encontro de duas curtas-metragens: Ten, Mitake (1995), da cineasta japonesa Naomi Kawase, e Blue Diary (1997), da realizadora norte-americana Jenni Olson. Frutos de conjunturas culturais distintas, ambos são, contudo, filmes-ensaio oriundos da paisagem cinematográfica do final do século XX. A cor azul, que orienta as identidades visuais, textuais e simbólicas destes dois casos de estudo, é um lugar de união e diálogo, atuando como uma ponte e um gatilho sensorial. Expressivo e abundante nas composições visuais de Ten, Mitake, e pressentido ou ocultado em Blue Diary, o azul reflete estados de espírito e viabiliza um caminho para a interpretação destes dois objetos intimistas como um ponto de acesso aos seus universos privados.
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