Abstract

Contexto: A Década do Oceano, 2021 a 2030, foi estabelecida pela ONU, conectando-se com a agenda de Economia e Crescimento Azul. Entretanto, a crescente exploração econômica dos oceanos está afetando de forma negativa as populações costeiras, recontextualizando a continuidade dos modos de vida e práticas ancestrais. Objetivo: Assim, faz-se necessário entender e analisar as contradições presentes nessa agenda global. Para tanto, é preciso adotar um quadro teórico-metodológico de investigação plural, o qual estimule a participação efetiva e crítica de todos, i.e., um quadro emancipatório e transdisciplinar a partir de outras culturas, valores e conhecimentos. Metodologia: A partir de práxis plurais, construiu-se um espaço dialógico na Costa da Caparica, Portugal, para avançar sobre a perspectiva do oceano desejado. Assim, desenvolveu-se uma ferramenta bottom-up e participativa, com foco na temática "O oceano que o Oceano quer", na qual envolveram-se participantes com diferentes áreas de atuação, que debateram a situação atual e problematizaram o cenário em questão. Originalidade: Dessa forma, foi possível analisar a aderência das agendas mundiais com as demandas locais. Resultados: Os debates revelaram diferentes significados entre o futuro desejado para o oceano e a trajetória atual, incluindo a discussão em torno do conceito de Crescimento Azul. Além disso, identificou-se a necessidade de reimaginar a relação da sociedade com o oceano, incorporando direitos fundamentais, como o direito ao tempo. Contribuições sociais: Indica-se que a construção de uma trajetória societal oceânica requer novas direções que estejam alinhadas com a busca por uma sociedade mais justa e ecologicamente sábia.

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