Abstract

A partir das noções de antagonismo e articulação de Ernest Laclau e dos indecidíveis différance e acontecimento de Jacques Derrida, consideramos que nenhuma instância social é caracterizada por consenso. O que temos são processos de diferir e descontinuidades, com movimentos de negociação constantes, sedimentações precárias e provisórias. Tendo as diferenças, negociações e descontinuidades como mobilizadoras de nossa argumentação, este artigo busca trazer as conclusões de uma pesquisa acerca das disputas de significação e produção de sentidos do currículo como efeitos das ocupações de escolas no estado do Rio de Janeiro em 2016. Argumentamos que esse movimento das ocupações tanto se constituiu como um acontecimento disruptivo, nos termos derridianos, quanto, simultaneamente, pode ser lido, nos termos da teoria do discurso, como uma mobilização que se deu pela articulação de demandas atravessadas pelas lógicas da diferença e da equivalência. Demandas foram enunciadas e se modificaram no decorrer da luta, tendo sido articuladas em contraposição a um antagonista – representado pelo governo do estado do Rio de Janeiro – que, do mesmo modo, constituiu-se e modificou-se nesse processo. Defendemos, ainda, que pensar sobre as ocupações é relevante para um estudo sobre as lutas políticas de currículo como circunstanciais, inter-relacionando subjetividades que assumem registros espectrais e que produzem efeitos até os dias de hoje nos sentidos de currículo nas escolas.

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