Abstract

A coleção Marquesa de Cavalcanti, mantida no Museu Volkenkunde, em Leiden, na Holanda, é um dos registros mais antigos da existência de objetos brasileiros neste museu. Faz parte de uma coleção mais ampla criada para a Exposição Antropológica Brasileira, realizada em 1882, e para a Exposição Universal de Paris, realizada em 1889. O foco principal deste artigo são os itinerários dessa coleção, desde suas primeiras exposições no Brasil e em Paris até a coleção Volkenkunde em Leiden. Apesar do desafio colocado pela ausência de documentação para entender a “vida social” dos objetos, acreditamos que a investigação dos itinerários das coleções e a análise das diferentes relações sociais inscritas nos objetos possam fornecer uma chave para a compreensão da história da etnografia e da arqueologia. Este artigo analisa como as coleções conectaram regiões coloniais a áreas metropolitanas na segunda metade do século XIX, no caso particular do Brasil, Paris e Holanda. Discute ainda o papel da mulher na produção de coleções arqueológicas e etnográficas e, consequentemente, o seu lugar na produção de conhecimento antropológico e arqueológico.

Highlights

  • The Marquesa de Cavalcanti Collection, hosted at the Volkenkunde Museum, in Leiden, Netherlands, is one of the oldest records of the existence of Brazilian objects in this museum

  • part of a broader collection created for the Brazilian Anthropological Exhibition

  • The main focus of this article is on the itineraries of this collection

Read more

Summary

Rita de Cássia Melo Santos

Introdução por meio de doações e vendas, principalmente nas primeiras décadas do século XX. Ao exatamente quando cada peça foi adquirida ou os métodos tentar entender essa escolha no âmbito do itinerário da de coleta realizados pelo casal Cavalcanti, sabemos que coleção, apresento posteriormente os caminhos que leva- uma parte inicial da coleção foi formada entre os anos ram a coleção ao Museu Volkenkunde em Leiden, quando de 1870 e 1880, tendo sua primeira exposição relevante um circuito pré-estabelecido de comerciantes colocou em em 1882 na Exposição Antropológica do Rio de Janeiro contato Amélia Machado Cavalcanti e os diretores dessa e depois um período de silêncio até 1889, quando foi instituição, que buscavam ampliar a representatividade novamente exibida em Paris na Exposição Internacional. Os 18 anos entre o casamento (1871) e a nomeação como representante para a exposição da Universal em Paris (1889) compreendem várias realizações importantes, que precisam ser explicadas para melhor entendimento das práticas de coleta empreendidas pelo casal e suas conexões com a construção da imagem nacional brasileira, especialmente no último quartel do século XIX.

As contribuições das coleções de Amélia eram
Um segundo aspecto mostrado na documentação
Full Text
Paper version not known

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call