Abstract

No final da década de 1970, via o processo de abertura que sinalizava o enfraquecimento da ditadura civil-militar no Brasil, novas proposições políticas ganhariam forma, entre as quais a retomada de projetos de tons anarquistas que canalizavam parte de sua propaganda ideológica em defesa da liberdade e contra os autoritarismos. Por intermédio da criação de uma gama de impressos, a exemplo do jornal O Inimigo do Rei, fundado em 1977, na Bahia, novas perspectivas anarquistas ganhariam fomento, em que a defesa da autogestão – amparada, em grande medida, nas experiências coletivistas realizadas pelos trabalhadores e trabalhadoras durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) –, se tornava a chave mestra para a organização do movimento estudantil e operário no Brasil. Ademais, na década de 1980, diversas expressões libertárias que mesclavam demandas oriundas da contracultura seriam impulsionadas em diversas regiões do País. Logo, tal cenário de anseios revolucionários, cuja força motriz estava na juventude, delinearia novos percursos para o movimento anarquista brasileiro que, entre suas iniciativas, incluía a tentativa de reconstrução da Confederação Operária Brasileira. Diante disso, valendo-se da imprensa alternativa e libertária, bem como de documentação oficial produzida pelos órgãos de censura e repressão, este artigo almeja apontar algumas reflexões sobre um período menos conhecido da história do movimento anarquista no Brasil, destacando sua produção cultural e a organização de coletivos e encontros libertários em prol da transformação social via socialismo autogestionário.

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