Abstract
A realização do objeto direto anafórico no português brasileiro (PB) é um fenômeno variável, que pode apresentar um clítico acusativo, que está desaparecendo, o pronome pleno (PL) ou o objeto nulo (ON). Esse fenômeno tem sido analisado sob os pressupostos de perspectivas teóricas distintas: pela Sociolinguística (Omena, 1978; Duarte, 1986; Figueiredo; 2004), pela Teoria Gerativa (Raposo, 1986; Galves, 1988; Cyrino 1994, 1997) e pela Linguística Diacrônica (Cyrino, 1997; Macedo-Costa, 2012). Esses estudos apontam que a animacidade e a especificidade estão relacionadas à escolha das duas estratégias mais produzidas, ON e PL. Schwenter (2006, 2015), Cyrino (2017) propõem que a variação é devida à Marcação Diferencial de Objetos, justificando a emergência do PL. Creus e Menuzzi (2004) acrescentam que a falta de gênero semântico do antecedente favoreceria o objeto nulo. Considerando esses fatores, neste artigo, apresenta-se o resultado da investigação da variação entre o objeto nulo e o pronome pleno, na fala de indivíduos de três bairros de Salvador/Bahia. Como fatores extralinguísticos, fixamos: faixa etária, escolaridade e bairro. A análise de regressão logística mostrou objetos nulos como estratégia anafórica escolhida. A probabilidade de escolha do pronome pleno é verificada quando o antecedente é definido ou indefinido não-específico e quando ocorre entre moradores do bairro de Plataforma.
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