Abstract

Este artigo tem por objetivo realizar uma análise sobre o sistema de aviamento na cadeia comercial da borracha na Amazônia e seus mecanismos de superexploração nos seringais a partir da segunda metade do século XIX e início do século XX. Foi a partir do desenvolvimento tecnológico, ocorrido na Europa durante o século XIX, e as consequentes transformações nas relações de produção capitalista no mundo, que a região amazônica brasileira se tornou o principal centro de exploração da borracha, em uma nova fase do ciclo econômico extrativista na Amazônia, a fase de expansão gomífera2 . Dessa forma, desenvolveu-se um modo de produção3 estruturado em um sistema de adiantamento de créditos e dívida permanente, a qual se fez presente durante todo o processo histórico comercial gomífero: o sistema de aviamento. Neste contexto, enriquecemos a discussão do artigo ao incorporar conceito da superexploração de Ruy Mauro Marini, buscando relacioná-la com o sistema de aviamento dentro da cadeia produtiva da economia gomífera no Brasil, desde as casas de aviação nos centros urbanos até no interior dos recônditos seringais, impactando profundas transformações estruturais do trabalho e da sociedade brasileira, como o surgimento de uma elite4 urbana e regional em cidades como Manaus e Belém.

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