Abstract

Proponho neste artigo uma leitura contra-modernista da posição radical da revista Joaquim contra o Simbolismo Paranaense. A revista, fundada em 1946, pelo escritor curitibano Dalton Trevisan, circulou até 1948, período de ascensão do existencialismo no cenário literário do pós-guerra. Depreende-se de sua posição autonomista o desejo de iniciar oficialmente a literatura no Paraná. O periódico recusa o simbolismo, pois foi considerado por Dalton como uma literatura que não sintonizou a sua produção com os problemas do homem e do mundo. Pretendo observar que a questão da gênese tratada como origem pela revista não se sustenta como fundamento para práticas críticas.

Highlights

  • IntroduçãoNo ensaio O seqüestro do barroco na formação da literatura brasileira: o caso Gregório de Mattos, Haroldo de Campos, tocado por questões benjaminianas, como o conceito de alegoria e o de pervivência das obras literárias, questiona a ausência – ou melhor, o seqüestro - do Barroco, no livro Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido.

  • Pensando no logocentrismo platonizante, que levou Derrida a escrever Gramatologia, afirma que estaríamos, assim, diante de uma metafísica ocidental da presença, já que a necessidade de uma origem estaria ligada à necessidade de um pai fundador.

  • O seqüestro do movimento não seria perdoado pelo poeta concretista que, na esteira de outros teóricos latinoamericanos como Lezama Lima, enxergava no Barroco o “começo genial” da literatura das Américas.

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Summary

Introdução

No ensaio O seqüestro do barroco na formação da literatura brasileira: o caso Gregório de Mattos, Haroldo de Campos, tocado por questões benjaminianas, como o conceito de alegoria e o de pervivência das obras literárias, questiona a ausência – ou melhor, o seqüestro - do Barroco, no livro Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido. Pensando no logocentrismo platonizante, que levou Derrida a escrever Gramatologia, afirma que estaríamos, assim, diante de uma metafísica ocidental da presença, já que a necessidade de uma origem estaria ligada à necessidade de um pai fundador. O seqüestro do movimento não seria perdoado pelo poeta concretista que, na esteira de outros teóricos latinoamericanos como Lezama Lima, enxergava no Barroco o “começo genial” da literatura das Américas. Apesar da filiação de Haroldo em um programa que poderíamos chamar de benjaminiano, em que o tempo deveria ser pensado dentro de uma outra lógica, é importante perceber que a metáfora orgânica estaria implícita também na perspectiva de Haroldo, já que adotar Gregório de Mattos, e não a literatura árcade como legítimo começo, representa uma queda na própria armadilha, pois a necessidade de um pai fundador permanece. Basta lembrar que nela foram publicadas traduções pioneiras de James Joyce, Virginia Woolf, e Proust

Joaquim contra os excessos dos simbolistas
Em busca de uma outra leitura
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