Abstract

RESUMO Enquanto nos aspectos éticos e sociais o governo Cardoso (1995-2002) foi bem-sucedido, seus resultados econômicos foram frustrantes. Nesses oito anos, a taxa de investimento não aumentou e a renda per capita diminuiu, enquanto as dívidas pública e estrangeira aumentaram substancialmente. Esse fraco desempenho econômico pode ser explicado por três causas encadeadas: um erro na definição da agenda, a adoção do Segundo Consenso de Washington e a alienação das elites. A decisão de definir a inflação alta como o principal problema a ser enfrentado, em vez de alcançar o equilíbrio em contas estrangeiras, representou um grande erro macroeconômico, o que pode ser explicado pelo Segundo Consenso de Washington. Esse consenso propôs na década de 1990 que os países altamente endividados deveriam crescer contando com a poupança externa, embora essa não seja a experiência entre os países da OCDE. O resultado foi avaliar o real, o aumento artificial dos salários e do consumo, de modo que, em vez de crescimento, aumentamos o endividamento. Por que essa estratégia foi adotada? Os interesses dos países ricos não são difíceis de adivinhar. Por parte do Brasil, a única explicação é a alienação das elites brasileiras em relação ao interesse nacional do país. Como resultado final, o governo Cardoso termina com outra crise na balança de pagamentos.

Highlights

  • While in the social and ethical realms the Cardoso administration (1995-2002) was successful, its economic outcomes were frustrating

  • This poor economic performance may be explained by three chained causes

  • WILLIAMSON, John (2002) “Is Brazil Next?” Washington, DC: Institute for International Economics, International Economics Policy Briefs, PB02-7, agosto 2002

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Summary

PERSPECTIVAS FRUSTRADAS

Quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a presidência da república, em janeiro de 1995, as perspectivas econômicas que se abriam para o país pareciam as melhores possíveis. Entre essas duas alternativas polares, o novo governo surgia como uma esperança. Em torno do novo presidente formou-se uma ampla coalizão político-social caracterizada pela participação de todas as classes sociais, principalmente da classe média profissional e da capitalista. O novo governo logrou obter substancial maioria parlamentar na medida em que obteve o apoio de dois partidos de centro-direita — o PFL e o PPS. Era legítimo esperar que a nova coalizão política teria condições de permanecer no poder por muitos anos — um dos seus mais importantes líderes chegou a falar em 20 anos — promovendo o desenvolvimento econômico do país e tornando-o, como o próprio presidente sempre assinalava, menos injusto. Em meio a uma crise econômica grave que só foi evitada graças ao socorro do FMI, o presidente foi reeleito. Quatro novos anos estão agora quase terminando de passar, e o que vemos? O país novamente em crise de balanço de pagamentos, e novamente socorrido pelo FMI

PIB por habitante
FINANCIAMENTO PARA O SUBDESENVOLVIMENTO
ELITES ALIENADAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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