Abstract

Em 2005, a cerimônia do kankurang e os ritos de iniciação mandingas foram proclamados Obras-Primas do Patrimônio Oral e Imaterial pela Unesco. Trata-se aqui de analisar o modo como a patrimonialização da cerimônia conduziu progressivamente à sua mercantilização. Este artigo, que recusa a ideia de uma cultura “original”, é parte de reflexões atuais sobre a mercantilização do patrimônio, segundo as quais cultura e mercadoria não se opõem, mas são, pelo contrário, mutuamente constitutivos. Segundo esse ponto de vista, considera-se que a objetificação do patrimônio, longe de frear a mudança cultural, dela participa plenamente. Com foco na maneira como a cerimônia é objetificada pela perspectiva dos espectadores, o artigo mostra que os participantes da cerimônia têm adotado um outro regime visual a fim de obter o reconhecimento da sua arte. Este estudo de caso tem como objetivo desafiar leituras excessivamente pessimistas da mercantilização, as quais pressupõem que qualquer transformação cultural só pode levar à perda.

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