Abstract

Este texto busca apresentar duas teses absolutamente incompatíveis acerca do caráter. (i) uma delas, denominada situacionista, baseada em investigações da psicologia moral contemporânea, sustenta que não há traços robustos que nos definam, que não há a ideia mesma de caráter, e que que todas as ações são determinadas pelas circunstâncias. Outra (ii) apresenta uma visão dura acerca do caráter a partir da ética aristotélica, sustentando que há algo que nos define, o caráter, e que uma vez adquirido, torna-se incontornável. Por fim, o artigo indicará que há passagens na ética de Aristóteles que permitem defender uma leitura alternativa para (i) e (ii).

Highlights

  • Este texto pretende apontar, preliminarmente, aspectos da agência moral aristotélica, que pressupões que existe algo, o caráter, que pressupõe linhas robustas do ponto de vista do comportamento moral, da nossa constituição moral, e que acaba por definir o modo pelo qual agimos, e, por conseguinte, operando como algo que realmente nos define

  • Quadro mais sofisticado do ponto de vista filosófico, a Teoria da Unidirecionalidade da Disposição” (TUD) é verdadeiramente o caso, ou que seria possível, na verdade, encontrar pontos de ligação entre as éticas que permitissem uma leitura distinta das passagens pretensamente duras que apontam para um presumível determinismo ético em Aristóteles, ou, segundo Donini16, para a teoria da unidirecionalidade da disposição [de caráter]

  • Embora Alexandre esteja entre os defensores de tal concepção, hodiernamente uma vaga determinista parece invadir a exegese de Aristóteles, apresentando argumentos por vezes contundentes contra a utilização da passagem, e especialmente uma parte dela, para negar qualquer esperança aos que pretendem ver na mesma um aceno aristotélico à possibilidade de agir diferentemente, isto é, à possibilidade de escolher entre distintos cursos de ação, algo semelhante ao denominado a Garden of Forking Paths

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Summary

Introduction

Preliminarmente, aspectos da agência moral aristotélica, que pressupões que existe algo, o caráter, que pressupõe linhas robustas do ponto de vista do comportamento moral, da nossa constituição moral, e que acaba por definir o modo pelo qual agimos, e, por conseguinte, operando como algo que realmente nos define.

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