Abstract

Neste artigo examino a possibilidade de agência no domínio epistêmico – a visão compartilhada por muitos filósofos de que possamos ser ativos, ao invés de passivos, em relação às nossas crenças e manifestações de conhecimento. Concluo que a noção de agência epistêmica é plausível apenas em sentido indireto, referindo-se as diferentes ações que realizamos com intuito de melhorar nossos compromissos epistêmicos. Trata-se de um tipo de agência prática, como qualquer agência, mas que não nos autoriza a pensar que possamos estar agindo de alguma maneira quando cremos ou conhecemos.

Highlights

  • In this paper, I examine the possibility of agency in the epistemic domain – the view shared by many philosophers that we can be active, rather than passive, in relation to our beliefs and knowledge

  • A essas condições costuma-se adicionar a exigência, conhecida como cláusula causal, de que a relação entre a intenção para fazer φ e a ação de fazer φ seja de causação pelos estados mentais do agente

  • O que, de fato, parece ser decisivo para ideia de que somos agentes é que as ações devem ser causadas de modo certo pelo agente

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Summary

Introdução

A ideia de que atitudes epistêmicas, como crer, julgar, inferir e conhecer, envolvem algum tipo de ação de nossa parte é motivada fundamentalmente pela discussão sobre a natureza das normas epistêmicas. E é assim agora, quando boa parte do interesse epistemológico se volta para temas clássicos da filosofia prática e da filosofia da ação na expectativa de se encontrar um conceito unificado do que são razões normativas – o que determina que alguma coisa seja razão para outra. A primeira é de ordem metafísica: crer que p2, conhecer que p, assim como julgar reflexivamente ou inferir que p com base em q são estados, não eventos ou processos. E a segunda dificuldade é de ordem normativa mesmo: a estrutura das razões que rege as atitudes epistêmicas contrasta crucialmente da estrutura das razões que governam a ação. 542 | Veritas | Porto Alegre, v. 62, n. 3, set.-dez. 2017, p. 540-565 somente razões baseadas na evidência suficiente da verdade da proposição são boas para crer ou, redundância à parte, conhecer

A concepção padrão de agência
Ação humana por excelência
Razões para agir
O problema das razões certas e erradas
Ações de conhecimento?
Conclusão

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