Abstract

A concepção de português brasileiro está vinculada à racionalidade cientifica eurocêntrica que mantém a geopolítica das línguas brasileiras com base no poder político da língua imperial, do colonizador e da colonização. Esse pensamento ocidental determina a importância política tanto da escrita sobre a oralidade quanto da língua oral falada por uma minoria de brasileiros(as) em relação ao português como língua de tantas outras comunidades linguísticas e estabelece uma lógica de organização hierárquica vertical das línguas brasileiras. Essa forma de estratificação política das línguas opera para a manutenção da colonialidade do poder, do saber e da linguagem sobre povos historicamente subalternizados. Com base nas noções de “árvore-raiz” e de “raiz-fasciculada” (DELEUZE; GUATTARI, 2011), busca-se refletir sobre a construção ideológica do monolinguismo brasileiro a partir de posturas políticas que instituem o poder imperial do português brasileiro numa organização sociolinguística pluri/multilíngue. A partir dessa reflexão, propõe-se uma ampliação teórica da noção de “rizoma” (DELEUZE; GUATTARI, 2011) para o contexto da política linguística como alternativa à supervalorização de uma língua em detrimentos de outras que coexistem num mesmo território. Na perspectiva rizomática de língua, o português do(a) surdo(a), bem como o português de outras comunidades linguísticas historicamente subalternizadas, se insere no rizoma linguístico brasileiro para desestabiliza a hegemonia e a colonialidade linguística e dar visibilidade para uma nova geopolítica das línguas brasileiras. Palavras-chave: Colonialidade da linguagem. Português do(a) surdo(a). Rizoma linguístico.

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