Abstract
Este artigo pretende colocar em questão a pecha de “misógino” frequentemente associada a Nelson Rodrigues. Para isso, propõe uma análise de sua obra dramatúrgica, especificamente quanto a procedimentos de construção de personagens femininas. Além de protagonizarem metade das peças escritas pelo autor, tais personagens se afastam de estereótipos sexistas e reducionistas. Em sua complexidade, representam mulheres desejantes, em conflito com os obstáculos sociais e morais à realização de seus anseios. Mulheres divididas, marcadas pela dimensão do paradoxo, cuja abordagem no artigo se distribui em três tópicos: 1. Nem Evas, nem Marias; 2. Meninas adultizadas e senhoras infantilizadas; 3. Amor e ódio entre mulheres da família. Destaca-se, ainda, a importância atribuída por Nelson Rodrigues ao desejo feminino, com seu caráter disruptivo, percebido como ameaça, em especial pelos personagens masculinos.
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