O papel dos espaços verdes e azuis na regulação climática urbana. Um estudo de caso na cidade de Coimbra (Portugal)

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O rápido processo de urbanização tem causado drásticas mudanças no uso do solo em espaços urbanos. Em consequência deste processo tem-se observado o aumento das temperaturas no interior das cidades – as ilhas de calor urbano. Assim, a procura de soluções no mitigar deste aumento das temperaturas passa pela implementação de espaços verdes e azuis, uma vez que estes têm uma grande importância na amenização das temperaturas e na qualidade de vida do cidadão. É neste sentido que se desenvolve o artigo, com o objetivo de compreender o contributo dos espaços verdes e azuis no planeamento urbano, tendo por base uma gestão territorial mais sustentável e resiliente às alterações climáticas. Através da utilização de data loggers realizou-se o levantamento de dados de temperaturas, com intuito de comparar três diferentes estações do ano (inverno, primavera e verão), e três momentos do dia (manhã, tarde e noite). Desta forma, foram selecionados quatro espaços verdes nas margens do plano de água do Mondego na cidade de Coimbra - Parque Verde do Mondego (margem esquerda e direita); Parque Dr. Manuel Braga; e Parque da Canção, bem como o próprio lençol de água. Os resultados revelam a influência da vegetação e do espaço azul na amenização do clima urbano, verificando-se diferentes temperaturas entre os espaços verdes (habitualmente com temperaturas mais frescas) e espaços com pouca vegetação – Parque da Canção -, assim como se constata o papel do arbóreo caducifólio na regulação térmica deste setor da cidade. No lençol aquático, verifica-se, em vários momentos do dia, a influência das infraestruturas envolventes (parede de betão), fazendo com que o setor a jusante registe assim temperaturas mais elevadas do que a montante. É ainda visível a influência que este possui na amenização das temperaturas nas suas margens.