Abstract

A tese da universalidade da linguagem defendida por aprioristas, como Jerry Fodor (The Language of Thought), e inatistas, como Noam Chomsky (Aspects of the Theory of Syntax), tem sido contestada por diversos filósofos, linguistas e teóricos da Psicologia Cognitiva ao longo das últimas décadas. Aprioristas e inatistas em geral concordam que é necessário, de um ponto de vista explicativo, pressupor a existência de uma linguagem do pensamento ou de categorias inatas universais para explicar o processo de aquisição de uma linguagem natural. Neste trabalho, vou procurar mostrar que a noção de “treinamento ostensivo”, enquanto um elemento pré-linguístico para a aquisição de habilidades semânticas e cognitivas, pode oferecer uma resposta satisfatória ao problema da aquisição da linguagem natural, sem a necessidade de pressupor uma linguagem privada do pensamento ou categorias biológicas inatas.

Highlights

  • O processo de aquisição da linguagem natural é tema de ampla discussão entre linguistas, filósofos, psicólogos e neurocientistas, sobretudo em virtude da controvérsia a respeito das explicações oferecidas para os processos de aquisição das habilidades necessárias para a aprendizagem e o desenvolvimento da linguagem

  • Eu gostaria de endereçar um especial agradecimento a todos aqueles com os quais tive a oportunidade de discutir algumas das ideias que desenvolvo neste trabalho

  • O inatismo de Chomsky pressupõe um mecanismo de processamento da linguagem que é excessivamente precoce para os aprendizes, pois pressupõe nos aprendizes as habilidades já completamente desenvolvidas nos usuários competentes da linguagem

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Summary

Diferentes Perspectivas no Processo de Aquisição de Linguagem

O processo de aquisição da linguagem natural é tema de ampla discussão entre linguistas, filósofos, psicólogos e neurocientistas, sobretudo em virtude da controvérsia a respeito das explicações oferecidas para os processos. A plasticidade neural, como um elemento anti-intelectualista, tem sido requerida como o ingrediente indispensável para a aquisição de uma linguagem e também para a moldagem da maioria de nossos comportamentos adquiridos, mas ainda não existem estudos empíricos que mostrem que a plasticidade neural seja um elemento necessário e suficiente para explicar a normatividade semântica, por exemplo. Ainda que a maior parte dos estudos e descobertas realizadas pela neurociência seja oriunda de estudos sobre a perda parcial ou completa das habilidades linguísticas (afasia) em função de lesões encefálicas, são escassos os estudos sobre o processo de aquisição de uma primeira linguagem natural. Apesar de estar disposto a concordar com a hipótese das Neurociências de que deve existir uma “capacidade” cerebral inata para a aquisição da linguagem, como uma espécie de condição necessária, vou argumentar que ela definitivamente não é uma condição suficiente, pois diversas “habilidades” precisam ser adquiridas para que a aprendizagem possa ocorrer

Naturalismo e Normatividade no Processo de Aquisição da Linguagem Natural
Considerações Finais
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