Abstract

Essa comunicação objetiva analisar o processo de securitização do Hezbollah na América do Sul a partir do Projeto Cassandra, com foco no caso da Colômbia. O Projeto Cassandra (2008-2016) foi proposto pelo Drug Enforcement Administration, dos Estados Unidos da América, para investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro do narcotráfico latino-americano que envolveria o Hezbollah. Apesar de haver contradições e inconsistências nas acusações, os EUA tiveram êxito ao pressionarem países sul-americanos, como a Colômbia, a reconhecerem o Hezbollah como uma organização terrorista. Tem-se como hipótese que a construção da percepção dessa ameaça, desenvolvida inicialmente nos EUA e acatada pela Colômbia, fundamentou-se, no âmbito discursivo e legal, na construção de um nexo crime-terror, assegurando a confluência de interesses de uma classe dominante colombiana e dos governos estadunidenses na América do Sul. Foi possível constatar que esse suposto vínculo entre Hezbollah e narcoterrorismo atende a pautas domésticas, referentes à segurança pública colombiana, e agendas de segurança internacional no que concerne ao combate ao terrorismo, protagonizadas em especial pelos EUA. Tais políticas permitiram a remodelação de uma ordem em que o punitivismo e o terror são indispensáveis para o êxito dos discursos e ações governamentais em nome da segurança. Essa pesquisa, de caráter qualitativo e histórico-documental, utilizou fontes primárias e secundárias, e empregou, como método, a Análise Crítica de Discurso e como abordagem teórica os Estudos Críticos de Terrorismo.

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