Abstract

O intuito de tal artigo é entender a ampliação do conceito “negacionismo” que, nos últimos anos, não ficou restrito à contestação da existência do Holocausto, mas ampliou-se para outras áreas do saber, tanto dentro como fora da História. Diante de tal perspectiva ampla salienta-se a repercussão da narrativa negacionista no campo historiográfico, levantando-se a hipótese que a necessidade de se contrapor a tal discurso levou a um embate epistemológico dentro da disciplina, ainda no final dos anos 1990. A partir daí pretende-se averiguar como a narrativa negacionista ganhou legitimidade nos últimos dez anos por meio das redes sociais e da ascensão de políticas conservadoras, salientando a importância do papel ativo dos historiadores e de seu ofício nesse momento marcado pela necessária tomada de posição frente à disseminação de tais leituras proselitistas acerca do passado.

Highlights

  • The purpose of this article is to understand the expansion of the concept of “negationism”, which, in recent years, has not been restricted to contesting the existence of the Holocaust, but has been extended to other areas of knowledge, both inside and outside history

  • Também, nos leva a averiguar como a narrativa negacionista ganhou legitimidade no tempo presente, influenciando discursos políticos e ideológicos nos últimos dez anos, abarcados pela ascensão da chamada “Nova Direita” e pelos avanços propagandísticos proporcionados pelas mídias sociais

  • Carlos Gustavo Nóbrega de JesusPós-doutor em História da Arte pela Universidade de Campinas (Unicamp), em Campinas, SP, Brasil; pesquisador no Departamento de História, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes (DHEEAA) da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), em Coimbra, Portugal; superintendente da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba (FPMI), em Indaiatuba, SP, Brasil

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Summary

OPEN ACCESS

Resumo: O intuito de tal artigo é entender a ampliação do conceito “negacionismo” que, nos últimos anos, não ficou restrito à contestação da existência do Holocausto, mas ampliou-se para outras áreas do saber, tanto dentro como fora da História. Diante de tal perspectiva ampla, salienta-se a repercussão da narrativa negacionista no campo historiográfico, levantando-se a hipótese que a necessidade de se contrapor a tal discurso levou a um embate epistemológico dentro da disciplina, ainda no final dos anos 1990. A partir daí pretende-se averiguar como a narrativa negacionista ganhou legitimidade nos últimos dez anos por meio das redes sociais e da ascensão de políticas conservadoras, salientando a importância do papel ativo dos historiadores e de seu ofício nesse momento marcado pela necessária tomada de posição frente à disseminação de tais leituras proselitistas acerca do passado.

Considerações finais
Endereço para correspondência
Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus
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