Abstract

RESUMO Michel Foucault considera a tragédia de "Édipo-Rei" como uma história de saber-poder da qual emerge, no nascente direito grego, a prática do inquérito (enquête). Para ele, a trama discorre acerca da repressão que pesa sobre os sistemas ocidentais de verdade. Se de alguma maneira há uma determinação edipiana no Ocidente, esta não está no nível do desejo, como acredita a psicanálise, mas se encontra no interior do sistema de coações que sustenta, desde a Grécia, o discurso sobre a verdade e que se expressa a partir da exigência política, jurídica e religiosa de converter o acontecimento num fato conservado definitivamente por meio da comprovação das testemunhas. Édipo é, em síntese, uma história da verdade, em que há um crime que precisa ser desvendado e um criminoso a ser punido, e cada uma das partes da investigação atende rigorosamente às leis da época.

Highlights

  • Fabiano Incerti is an Oedipal determination in the West, this is not at the level of desire, as psychoanalysis believes, but it is within the constraints holding system, from Greece, the discourse about truth and that is expressed from the political, legal and religious requirement to convert the event into a fact saved definitely by the evidence of witnesses

  • Anna Lia A. de Almeida Prado et al São Paulo: Perspectiva, 1999

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Summary

Um paraíso judiciário perfeitamente claro

Édipo envia Creonte ao oráculo de Delfos para se informar sobre a peste que aflige Tebas. A passagem na qual Édipo procura enfatizar sua relação íntima com Laio, “hei de lutar por ele como por meu pai” (264), é, para o estudioso inglês, uma tentativa de o protagonista estabelecer uma base relacional com o rei assassinado, a fim de garantir seu direito de procurar e processar o responsável pelo delito. Pressionado pelo interrogador a falar, o adivinho contesta: “[...] não me considero teu servidor, mas de Loxias, deus-profeta [...] (410-411).[3] O sistema políticojudiciário tem poder para extorquir de forma legítima, como observaremos. Pouco antes da entrada do profeta, Édipo reconhece a limitação humana diante dos poderes divinos, o outro lado dessa observação tem igualmente um elemento de verdade, pois os deuses revelam coisas a seu próprio tempo, e não demorará muito para Édipo aprender isso. O profeta olha para o deus a quem ele serve, o rei para o reino humano e os motivos humanos que, nesse instante, ele consegue entender

Um veredito de imparcialidade
Uma crítica à tirania
Considerações finais
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