Abstract

O presente artigo tem por objetivo examinar as possibilidades de uma análise marxista da atual crise ecológica global. Para tal, o trabalho utilizar-se-á do referencial teórico desenvolvido por diferentes autores da corrente “ecossocialista” da tradição marxista, assim como o conjunto de obras produzidas pelo filósofo marxista húngaro István Mészaros. De tal maneira, a intenção é compreender as características próprias do regime sociometabólico do capital, relacionando-o com as condições que originam a situação ecológica que se presencia.

Highlights

  • This article aims to examine the possibilities for a Marxist analysis of the current global ecological crisis

  • Todos os métodos que hoje podem ser apontados como nefastos e prejudiciais na civilização capitalista, também podem ser identificados na trajetória da União Soviética

  • É claro, um dos efeitos de Marx conceitualizar e analisar essa situação antes de existir uma teoria ecológica de fato, é de que existem lacunas na sua análise e, por mais que haja uma articulação clara entre a preservação e boa relação com os ciclos da natureza, não há ainda uma teoria mais profunda sobre a relação entre o regime sociometabólico do capital e a degradação do mundo natural

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Summary

Os imperativos e a incontrolabilidade do capital

O filósofo húngaro István Mészáros se debruça na sua obra na tentativa de revitalizar a crítica marxista ao sistema do capital. Marx — e Mészáros, enquanto continuador da crítica — não está interessado em criticar o modo de produção capitalista unicamente, mas interpretar o funcionamento do capital em si, nas suas variadas formações e nas distintas configurações históricas que lhe são possíveis. O regime sociometabólico do capital é um modo de controle que se estende à totalidade da sociedade, carregando consigo os seus imperativos para todos os terrenos, sejam eles econômicos ou não. A exposição das condições feita por Mészáros, assim como o comentário de Paniago, já indicam um fator de necessidade central para o capital: a expansão. É neste referencial que a expansão possui papel vital, sendo “uma maneira absolutamente necessária de deslocar os problemas e contradições que emergem no sistema do capital, de acordo com o imperativo de evitar, como praga, as causas subjacentes”. Seja deslocando as contradições para outra parte do mundo ou para outros setores da economia, é o movimento expansivo do capital que garante o adiamento da eclosão de crises resultantes das lógicas contraditórias emergentes dos defeitos estruturais do capital

Um regime incontrolável
A falha metabólica
Os limites absolutos do capital e a crise ecológica
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