Abstract

Na história da filosofia moral, por um lado, de Platão, passando por Aristoteles, I. Kant, J. S. Mill, e mais recentemente incluindo racionalistas como J. Habermas, J. Rawls, R. M. Hare e C. Korsgaard, várias tentativas foram feitas para mostrar que a razão é o melhor guia para nossas ações e julgamentos. Por outro lado, outros filósofos como D. Hume, A. Smith, A. J. Ayer, P. F. Strawson and S. Blackburn ensinaram que a moralidade deve ser uma tarefa para nossos sentimentos. Eu penso que é mais plausível aceitar que nossas duas capacidades devem ser consideradas na decisão moral, porque há novos importantes dados da psicologia, ciências cognitivas e neurociências que evidenciam a importância dos sentimentos nas nossas decisões, e não apenas a da racionalidade. Leis, valores e sentimentos morais podem todos nos dar boas razões para agirmos moralmente. Esta é a razão pela qual eu defendo aqui a visão que as abordagens da filosofia moral falham em oferecer uma boa maneira de tratar questões morais quando elas não abordam também o papel das emoções. Deste ponto de vista, eu pretendo mostrar aqui que uma forma de intuicionismo pode ajudar-nos a responder a questão sobre o conhecimento moral e aprender o modo como nós decidimos. Eu argumento que esta forma de intuicionismo pode nos ajudar a lidar com os dilemas morais. Na primeira parte do artigo eu considero as definições de dilemas morais, na segunda, na terceira e quarta partes eu explico três formas de intuicionismo – a racionista (D. Ross), a empirista (R. Audi) e a reflexiva (C. Gowans) – e finalmente na última secção eu indico uma forma de pensar as intuições. Eu chamo este tipo de intuicionismo naturalista. O naturalismo moral é a posição que nossas decisões e julgamentos são parcialmente determinados por um processo natural e propriedades naturais do mundo. Neste sentido, eu assumo que algumas de nossas capacidades emotivas (como a de sentir nojo, revolta por desaprovação, indignação, arrependimento, vergonha, etc.) ou capacidades cognitivas (e.g. racionalidade, cognição) estão gravadas e integradas na nossa psicologia. Isto significa que as normas morais sociais são aprendidas deste a infância, embora dadas pela evolução. Logo, elas podem ser tomadas como naturais no sentido que elas são produtos tanto do mundo social como da constituição biológica do ser humano.

Highlights

  • In the history of moral philosophy, from Plato, to Aristotle, I

  • show that reason is the best guide to our moral actions and judgements

  • taught that morality must be a task of our moral sentiments

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Summary

Ricardo Bins Di Napoli

Resumo: Na história da filosofia moral, por um lado, de Platão, passando por Aristoteles, I. O segundo grupo aceita a existência de dilemas morais genuínos e afirma que eles não só existem, como a opção por qualquer uma das alternativas implica em erro moral inevitável para o agente. A atitude objetiva em relação a esse grupo de pessoas adotada por quem sofreu algum tipo de ofensa por parte dessas pessoas pode vir também acompanhada de outros sentimentos, mas não são os mesmos como o ressentimento, gratidão ou condenação moral; são atitudes de medo diante de um psicopata, repulsão diante de um indivíduo fisicamente deformado, compaixão diante de um deficiente ou mesmo amor. Ao invés de trabalharmos com conflito de deveres morais, é melhor que se pense os dilemas a partir de nossas vinculações afetivas com os outros, de modo que um conflito moral seja entendido como aquela situação na qual o agente tem responsabilidade para com duas pessoas.

Considerações críticas à Gowans e ao intuicionismo
Intuicionismo naturalista
Referências bibliográficas
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