Abstract

O presente artigo objetiva realizar uma reflexão ontológica transdisciplinar, partindo de princípios epistemológicos da filosofia, da sociologia e da psicanálise, sobre a relação entre sujeito e fenômeno social. Partimos do pressuposto de que não há entre eles quebra de continuidade, nada havendo a se falar em transcendência do político sobre o social ou do todo sobre as partes. Em outras palavras, o Estado não se impõe sobre o social, “domando” a natureza caótica do ser humano, assim como a sociedade não se impõe ao indivíduo. Acreditamos que, em ambos os casos, não há relação de transcendência ou cisão, mas de imanência, imbricação. A sociedade produz subjetividades, na mesma medida em que produz a si mesma. Neste sentido, nosso objetivo é fazer, a partir das matrizes teóricas apresentadas, uma inflexão de que a vida experimentada coletivamente (não em abstrato), é justamente o que permite a realização das potências humanas de forma plena, algo que jamais se alcança em isolamento, sem que rompamos com nosso isolamento “habitual”. Por fim, indagaremos sobre a possibilidade da emergência de uma sociedade alternativa na qual os indivíduos possam reconstruir o sentido de comunidade a partir de uma vivência coletiva que se dê no “viver com”, um “viver junto” sem, contudo, ceder à tentação de fundir-se ao conformismo “rebanho” que anula as singularidades. Uma comunidade de-subjetivada, que prescinda do sujeito egóico, mas não da comunhão com o outro. A metodologia de nossa investigação centrar-se-á na análise bibliográfica de autores de referência como Castoriadis, Freud, Marx, dentre outros.

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