Abstract

Os atores responsáveis por introduzir as ‘artes primeiras’ nos museus e no mercado do Ocidente não são, com efeito, os mesmos que as produziram e, com frequência, não falam em nome dos interesses de seus produtores. Na presente análise, investigou-se a primeira exposição do Musée du Quai Branly, inaugurada no ano 2000, em uma ala do Musée du Louvre, em Paris. Na apresentação desses objetos nesse novo contexto, Jacques Kerchache, o principal idealizador do projeto, não deu espaço para visões dissonantes sobre as obras selecionadas. São visíveis, na exposição do Louvre, algumas das mais evidentes contradições sobre as ‘artes primeiras’. Os critérios que presidem a musealização das esculturas primitivas expostas mostraram a impossibilidade de se isolar, no seio dessa estética particular, a conotação antropológica. O artigo aqui proposto não tem como objetivo discutir a inspiração dos primeiros criadores desses objetos no momento em que conceberam e realizaram a sua obra, mas busca questionar se as suas intenções podem ser descartadas impunemente em função da musealização desses objetos no contexto europeu, entendendo como se dá esse processo segundo uma perspectiva sociológica.

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