Abstract

Partindo da definição clássica de gêneros do discurso como tipos relativamente estáveis de enunciados em termos de estilo lingüístico, conteúdo temático e estrutura composicional (BAKHTIN, 2011[1953]), o presente artigo propõe problematizar a noção de estabilidade no ensino-aprendizagem por gêneros através de uma reflexão acerca de sua dinamicidade e plasticidade num mundo de redes interconectadas. Para uma educação responsável e responsiva de gêneros no ensino escolar, uma abordagem desestabilizadora de gênero por meio de sua trajetória discursiva pode favorecer a formação crítica dos cidadãos. Essa abordagem, no entanto, exige o reconhecimento das múltiplas dimensões que o conceito de gênero implica no ensino-aprendizagem de línguas. Este artigo teórico articula o conceito de gêneros do discurso à teoria da complexidade (MORIN, 2003; FREEMAN; CAMERON, 2007), entextualização, efeito não-linear do significado (BLOMMAERT, 2005, 2014), dialogismo, heteroglossia do círculo de Bakhtin (FARACO, 2009), hibridismo e letramentos (LEMKE, 2010; ROJO, 2012). Ao partir da teoria bakhtiniana de gêneros, marcadamente ampla em seu escopo teórico, um diálogo é estabelecido com outras para problematizar teoricamente uma abordagem de ensino de gênero que valorize seus princípios arquitetônicos. Com base nessa discussão, uma proposta de abordagem de ensino-aprendizagem de gêneros é apesentada.

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