Abstract

O fenômeno da mistura genérica é antigo entre os poetas, ainda que os teóricos da poesia nem sempre o tenham reconhecido. O objetivo deste artigo é investigar a coexistência entre os gêneros épico e bucólico n’Os Lusíadas. Embora este poema seja uma epopeia e tenha a Eneida, de Virgílio, como modelo de composição, uma leitura atenta da obra, apoiada por autores como Macedo (1992), Mulinacci (2011) e Binet (2019), descobrirá que a Ilha dos Amores, cujo episódio toma lugar no Canto IX, é uma versão renascentista de locus amoenus, tópica da tradição de poesia pastoril que parte das Bucólicas, do mesmo Virgílio. Para demonstrá-lo, far-se-á uma análise textual de passagens d’Os Lusíadas como as primeiras estrofes do Canto I, que evidenciam o gênero predominante dessa obra, e outras do episódio mencionado, a partir das quais é possível demonstrar a função do gênero bucólico no poema. Concluiu-se, por meio dessa análise, que o gênero bucólico tem função alegórica dentro d’Os Lusíadas e que a sua presença local neste participa do argumento expansionista e cristão da epopeia.

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