Abstract

Nesta palestra, revi meus argumentos sobre o patrimônio como um processo de significação regulado por diferentes discursos enquadrados pela natureza e pelas consequências do Discurso Autorizado do Patrimônio (DAP). Sugiro que o patrimônio pode ser melhor entendido como uma prática performática que ajuda as sociedades e uma série de grupos sociais e comunidades a mediar mudanças e conflitos sociais, econômicos e culturais. Quando enquadradas pelo DAP, essas práticas tendem a defender narrativas históricas nacionais consensuais e a manter o status quo social e político. Porém, quando enquadrado por outros discursos patrimoniais que visam desafiar o DAP ou se estabelecer fora do discurso dominante, o patrimônio pode ser usado para afirmar e defender leituras progressistas da história, que configuram aspirações e agendas esperançosas para o futuro. Da mesma forma, discursos alternativos que se baseiam no DAP podem ser utilizados para defender leituras populistas de direita da história e legitimar suas perspectivas de futuro. A fabricação do patrimônio é sempre política e está diretamente implicada numa política de reconhecimento e redistribuição. Entender como é feita a fabricação do patrimônio e identificar quem dela se beneficia e quem é esquecido ou marginalizado nesse processo é importante para compreender as consequências do patrimônio em contextos contemporâneos. A palestra é ilustrada com dados etnográficos coletados em comunidades e com visitantes de patrimônios na Austrália, Inglaterra e EUA.

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