Abstract

Este ensaio, trabalhado segundo a perspectiva de uma sociologia compreensiva e crítica, pretende contribuir para o entendimento e a crítica de tendência recente observada na escola básica brasileira, aqui denominada “desencantamento moral”. Trata-se de um fenômeno social que significa a progressiva “redução da diversidade moral” das escolas básicas, em virtude de uma reconfiguração, tanto da demanda educacional da sociedade, como da oferta institucional das escolas. Ambas pressionando no sentido da gênese de um novo tipo de educação moral, em cujos contornos, mais ou menos uniformes, transparecem traços de uma “ética empresária”. Esta ética tende a conceber a educação escolar cada vez mais como “prestação de serviço”, e menos como “formação humanística”. Confere-se, neste ensaio, particular atenção ao caso da “escola pública”, que vem, progressivamente, assumindo certos aspectos morais da chamada “escola-empresa”, nesse movimento geral de homogeneização da diversidade moral escolar no Brasil. A análise dos efeitos de desencantamento sobre a escola pública é feita em perspectiva comparativa, em vista dos mesmos efeitos sobre outros tipos escolares: da “escola católica” e “militar”.

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