Abstract
Resumo Esse artigo analisa um debate, ocorrido na década de 1870, que se seguiu a fortes críticas lançadas por dois economistas historicistas, Thomas Cliffe Leslie e John Kells Ingram, à natureza dedutiva, abstrata e universalista da Economia Política. O objetivo desses economistas era substituir essa ciência por uma Economia de caráter indutivo e histórico. Walter Bagehot e William Stanley Jevons - defensores, respectivamente, da ortodoxia vigente e do marginalismo emergente - reagiram diretamente a esses críticos. A resposta de Bagehot foi reafirmar o método dedutivo da Economia Política, porém restringir a validade dessa ciência às sociedades comerciais avançadas como a Inglaterra. A reação de Jevons foi enfatizar a natureza dedutiva e universal da teoria econômica, mas defender a importância da existência de ramos de históricos e aplicados de investigação. Argumenta-se que, o desafio historicista colocou as questões metodológicas na ‘ordem do dia’ e fez com que esses economistas atribuíssem um ‘lugar’ para a história - mesmo que não aquele almejado por Leslie e Ingram. Analisar esse debate metodológico permite uma compreensão melhor das alternativas que se apresentavam para a Economia ao final do século XIX e pode, quem sabe, jogar luz sobre os rumos que a nossa ciência tomou nas primeiras décadas do século XX.
Highlights
The historicist challenge to political economy: an analysis of the methodological debate in England in the 1870's This paper analyzes a debate that occurred in the 1870’s as a consequence of the challenge that two historicist economists – Thomas Cliffe Leslie and John Ingram – posed to the deductive, abstract and universal nature of Political Economy
Quando pensamos no que ocorreu em termos de pensamento econômico nas últimas décadas do século XIX na Inglaterra, em geral, o que vem à mente são as críticas lançadas pelo
(4) Por conta desse fator geográfico Hodgson (2001, p. 66) repudia totalmente a denominação ‘Escola histórica inglesa’: “[...]não nenhuma boa desculpa para o persistente uso de termos inapropriados tais como ‘Escola histórica inglesa” [...] O fato de boa parte do debate sobre a economia política ter ocorrido em Londres na Inglaterra não é uma justificativa suficiente tendo em vista a origem irlandesa de muitos de seus importantes protagonistas” (Hodgson, 2001, p. 66)
Summary
Antes de abordarmos as críticas dos historicistas, é importante expor, ainda que rapidamente, o contexto no qual elas surgiram e o que estava em jogo nessa ‘batalha dos métodos’. A Irlanda tinha uma condição social e econômica muito diferente daquela existente na Inglaterra e, no entanto, era administrada por esse país de acordo com princípios e preceitos econômicos derivados tendo em vista a realidade inglesa e não as especificidades da sociedade irlandesa 66) repudia totalmente a denominação ‘Escola histórica inglesa’: “[...]não nenhuma boa desculpa para o persistente uso de termos inapropriados tais como ‘Escola histórica inglesa” [...] O fato de boa parte do debate sobre a economia política ter ocorrido em Londres na Inglaterra não é uma justificativa suficiente tendo em vista a origem irlandesa de muitos de seus importantes protagonistas” Quando analisamos o seu contexto de origem, fica claro que, apesar de o embate dos historicistas com a ortodoxia econômica ter se dado basicamente em termos metodológicos, havia muito mais em jogo. E esses questionamentos mais gerais sobre a universalidade dos princípios e dos preceitos da economia política clássica, fundamentaram-se em uma radical crítica à metodologia adotada pelos economistas da época
Talk to us
Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have
Disclaimer: All third-party content on this website/platform is and will remain the property of their respective owners and is provided on "as is" basis without any warranties, express or implied. Use of third-party content does not indicate any affiliation, sponsorship with or endorsement by them. Any references to third-party content is to identify the corresponding services and shall be considered fair use under The CopyrightLaw.