Abstract

O romance Mãos de Cavalo, de Daniel Galera, alterna seus capítulos narrando a infância, adolescência e vida adulta de seu protagonista, ressaltando os seus aspectos físicos, morais e psicológicos. Ao longo do trajeto formativo narrado, notam-se menções a marcas publicitárias extradiegéticas, isto é, não fictícias. Uma vez que, conforme Lajolo (2001), a literatura mergulha no imaginário coletivo e o fecunda, e, segundo Gregorin Filho (2011), há uma diversidade de imagens disponíveis para escolha identitária do jovem, reflete-se sobre a importância concedida ao consumo das personagens nessa obra. Com uma abordagem essencialmente bibliográfica, destaca-se o modo como essas marcas publicitárias se articulam ao texto literário, buscando compreender tais manifestações à luz de perspectivas teóricas em relação ao consumo. Conclui-se que as marcas, percebidas como extradiegéticas, acrescentam informações à narrativa; os objetos são mais que utilitários, são comunicadores. À luz dos pressupostos teóricos de Bauman (2008) e Candido (2007), entre outros, entende-se que a recorrência às marcas publicitárias extradiegéticas nesse romance utiliza a cultura material como uma via de acesso aos indivíduos, ao mesmo tempo em que imprime à obra um sentimento de verdade.

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