Abstract

Defende-se que, nos dilemas bioéticos, o fundamental é decidido no âmbito ontológico. É fundamental responder a interrogações sistemáticas tais como: o que é uma pessoa? Quem é pessoa? A estas questões correspondem respostas de duas tendências opostas: uma tendência reducionista, no contexto de uma bioética secular, devedora do primado da ação, que argumenta em favor de uma separabilidade entre pessoa, ser humano e vida humana; e outra tendência, no contexto de uma bioética metafísica, que sustenta uma intrínseca identidade entre pessoa, ser humano e vida humana. A primeira faz o ser da pessoa coincidir com o exercício de uma determinada capacidade, uma função não é uma hipostatização abstrata, mas é inseparável do sujeito ontológico que é a sua condição de possibilidade. A segunda remete ao substancialismo e ao hilemorfismo como explicações do ser humano real, permitindo justificar a presença no homem de um princípio específico ontológico de unificação das propriedades e de permanência das funções e dos atos, presente, independentemente, da sua manifestação exterior atual, e reconhecer o estatuto atual da pessoa no ser humano, inclusive, em condições de potencialidade ou de privação.

Highlights

  • The second reference is made to the substancialism and to the hylemorphism as explanations of the actual and real human being to justify the presence in man of the specific ontological principle of unification of this properties and permanence of functions and acts, present irrespective of their current outer manifestation, and recognize the person’s current status in humans even in conditions of deprivation or potentiality

  • É num momento lógico sucessivo que a noção em questão assume uma validade normativa enquanto algumas das propriedades descritivas atribuídas às pessoas são consideradas relevantes para o tratamento moral de quem as possui

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Summary

Introduction

– fez com que se abandonasse a reflexão sobre a natureza humana enquanto tal e ameaça reduzir a antropologia filosófica1 a um repertório de museu. 275) previu que a primeira consequência seria a dissolução do conceito único de homem: “o fim último das ciências humanas não consiste em constituir o homem, mas em dissolvê-lo”, analisando-o e decompondo-o nas suas diversas manifestações.

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