Abstract

O consumo de alimentos é uma das atividades mais elementares da existência humana, sendo seus aspectos materiais e simbólicos marcas históricas de diferenciações culturais entre diversos grupos étnicos e nações em todo o mundo. Desde que a globalização entrecruzou referências alimentares, a carne tornou-se um dos objetos de consumo mais desejados mundialmente e cujos padrões de ingestão tem crescido continuadamente, até mesmo em regiões tradicionalmente conhecidas por suas práticas vegetarianas. Essa mudança no cenário alimentar global tem sido acompanhado nas últimas décadas pela difusão de movimentos críticos que têm questionado os valores culturais e sociais do consumo de proteína animal em todo o mundo. Este artigo tem como objetivo compreender os principais aspectos culturais que influenciaram a ascensão do carnivorismo ocidental moderno e, a partir desse olhar, analisar os discursos mais recentes que vêm confrontando os efeitos dessa prática alimentar. A despeito de suas peculiaridades, observamos que esses movimentos estão transformando a carne em um importante objeto político e cujas disputas estão colocando em crise as bases culturais que sustentam nossos hábitos carnivoristas.

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