Abstract

O presente texto visa, baseado nas teorias de Jacques Lacan e autores neo-lacanianos, descrever e analisar como ao longo da tradição pedagógica ocidental, genuína aprendizagem está sendo inibida por meio da implementação de discursos de dominação social. Através de pesquisa bibliográfica, o trabalho abordará primeiramente o conceito da subversão do sujeito em Lacan e, em seguida, sua teoria dos quatro discursos, evidenciando que o processo de genuína aprendizagem, assim como a cura psicanalítica pressupõem a admissão da condição subvertida do sujeito. Em seguida, o texto discute a presença de elementos discursivos descritos por Lacan nas obras de Platão, mostrando como nelas se inicia a constituição de um sujeito de conhecimento com a negação de sua condição subvertida. As seções seguintes descrevem o aproveitamento das descobertas da psicanálise pelo sistema capitalista e a consequente alteração de processos de subjetivação a partir da segunda metade do século XX, analisando estes processos por meio de um quinto discurso, introduzido mais tarde por Lacan como Discurso do Capitalista. Finalmente é mostrado, como a manifesta repressão pelo discurso do mestre hoje dá lugar para o anonimato de uma hegemonia do conhecimento e pela auto-comodificação de sujeitos. O texto conclui, que a relação interpessoal que viabiliza genuína aprendizagem, a despeito da sistemática repressão pelo sistema educacional, pode ser estabelecida, dependendo da prontidão do educador ou da educadora em admitir sua condição de sujeito subvertido.

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