Abstract

Este artigo analisa os estudos rítmicos de Gramani sob a ótica de um (anti-)método e trata de trazer à tona suas implicações para além de sua origem fundamentada na rítmica assimétrica stravinskiana, tendo como modelo a História do Soldado. Especula sobre sua vinculação aos princípios dos Modos Rítmicos medievais, através de séries rítmicas aditivas; relaciona-o com as aberturas aos preceitos da rítmica não-europeia, partindo das linhas rítmicas baseadas em ostinatos cíclicos que aproximam-se mais apropriadamente ao conceito de timeline revelados pela etno-musicologia africanista; discute-se a hipótese de que a divisão de atenção e a percepção multidirecionada necessária à execução dos exercícios estruturados por Gramani, poderiam induzir o estudante a estimular a lateralidade e a assimetria funcional dos hemisférios cerebrais inerentes à percepção musical e a transitar pelas sensações provenientes da “modulação hemisferial” do ouvir e fazer música. Trata-se de considerar os exercícios rítmicos de Gramani como um caminho de equilíbrio entre o hemisfério direito (HD) e esquerdo (HE) do cérebro, uma ponte entre o racional e o sensorial, o contar e o sentir, um ponto de encontro entre razão e emoção, a escrita e o fenômeno sonoro. Todas essas questões são prementes no ensino de música e na performance musical. Portanto, este artigo pretende trazer para discussão em que medida o (anti-)método de Gramani atua como um ponto de equilíbrio entre o racional e o sensorial, e revelar implicações musicais e extra-musicais que sua Rítmica apresenta.

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