Abstract
O presente artigo propõe uma retomada às raízes da Teoria Marxista da Dependência (TMD) como vertentes do pensamento marxista dedicadas a contribuir para explicar o processo do desenvolvimento capitalista em economias dependentes, em especial, na América Latina. Valendo-se do método dialético e das categorias econômicas desenvolvidas em O Capital, Rui Mauro Marini, junto a outros autores, fundam um arcabouço teórico-explicativo para a realidade das economias periféricas, sem cair em um revisionismo simplificador. Portanto, com o intuito de aprofundar essa reflexão, apresentam-se neste trabalho, os principais conceitos da Teoria Marxista da Dependência como particularidades da reprodução do capital na América Latina. Posteriormente, utilizamos esses fundamentos interpretativos para esclarecer o austericídio verificado no Brasil hoje, no sentido de legitimar a contemporaneidade da TMD e o seu potente vetor interpretativo e transformador em tempos de crise estrutural do capital, examinando um conjunto de contrarreformas em andamento e a serem implementadas, a saber: o Novo Regime Fiscal, a Reforma Trabalhista e a “Nova Previdência”.
Highlights
This article proposes to take up the roots of Marxist Theory of Dependence as a part of Marxist thought dedicated to explaining the process of capitalist development in dependent economies, especially in Latin America
Using the dialectical method and the economic categories developed in Capital, Rui Mauro Marini, along with other authors, found a theoretical framework that explains the reality of peripheral economies, without falling into a simplistic revisionism
In order to deepen the reflection, this paper presents the main concepts of the Marxist Theory of Dependence as particularities of the reproduction of capital in Latin America
Summary
A Teoria Marxista da Dependência é um desdobramento da teoria do valor em Marx e da teoria do Imperialismo em Lênin (LUCE, 2018) para compreensão da formação sócio-histórica das economias dependentes na dinâmica internacional do capital. Para contrarrestar o caráter desigual na concorrência do mercado externo, a acumulação capitalista dependente lança mão do expediente da superexploração da força de trabalho, considerada por Osório (2012) o principal fundamento da dependência, como a violação do valor da força de trabalho, não se apropriando apenas do trabalho excedente, mas de parte do fundo de consumo e de vida do trabalhador (MARINI, 2000). A superexploração é melhor definida pela maior exploração da força física do trabalhador, em contraposição à exploração resultante do aumento de sua produtividade, e tende normalmente a se expressar no fato de que a força de trabalho se remunera abaixo de seu valor real Essas tendências se acirram com a reestruturação produtiva neoliberal, com a consequente precarização dos direitos e das condições de trabalho em todo o mundo, aliados com elevadas taxas de desemprego e subemprego
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