Abstract

No fim da década de 1920, sambistas do bairro do Estácio de Sá (Rio de Janeiro) impõem uma nova modalidade de samba, cadenciado para os desfiles de blocos e para o carnaval de rua. Dessa geração descendem os sambistas das décadas seguintes, encontrando no Rádio um importante veículo de difusão cultural que ajudaria na “consolidação” do samba como elemento de nacionalidade e na emergência de grandes compositores como Noel Rosa, Ataulfo Alves e Wilson Batista. O objetivo deste artigo é examinar, a partir de algumas letras de sambas das décadas de 1930 e 40 – tendo como ponto de partida a canção “Oh, Seu Oscar!” (1940), de Wilson Batista e Ataulfo Alves –, a oposição entre mundo regular e ordeiro (no qual se incluem a constituição da família e o trabalho honesto) e o universo da malandragem, dando destaque à tópica da “mulher da orgia”.

Highlights

  • Em Acertei no Milhar: samba e malandragem no tempo de Getúlio (1882), Claudia Matos identifica duas gerações do samba carioca: a primeira, do início do século XX, é chamada por ela de “samba primitivo”, sendo seus compositores os “pais” de “Pelo Telefone”

  • A nova modalidade de samba que eles começaram a fazer na década de 20 se amolava melhor às necessidades carnavalescas, naquele tempo em que o carnaval se popularizava, 1 Doutora em Teoria e História Literária

  • Em entrevista a Sérgio Cabral, em As escolas de samba, Ismael Silva explica a diferença do “samba do Estácio” em oposição ao que se vinha praticando: É que quando comecei, o samba da época não dava para os grupos carnavalescos andarem na rua, conforme a gente vê hoje em dia

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Summary

Introduction

Em Acertei no Milhar: samba e malandragem no tempo de Getúlio (1882), Claudia Matos identifica duas gerações do samba carioca: a primeira, do início do século XX, é chamada por ela de “samba primitivo”, sendo seus compositores os “pais” de “Pelo Telefone”. O samba, conforme observado pelo próprio Donga, era bem próximo ao maxixe: “fiz o samba, não procurando me afastar muito do maxixe, música que estava bastante em voga.” Em meados da década de 1920, surge a segunda geração de sambistas, conhecida como “samba do Estácio”.

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