Abstract

 
 Em 2012, o escritor português José Luís Peixoto viajou para a Coreia do Norte, uma experiência que descreveu na obra intitulada Dentro do Segredo. Ao longo do relato, o narrador problematiza o uso da fotografia como meio de verificação e legitimação duma viagem. Poucas fotografias produzidas na Coreia do Norte abrem espaço à improvisação e o narrador mostra-se sensível a esse facto. Ele reconhece que diante da sua lente fotográfica existe sempre uma outra lente – a de um regime político austero. O artigo explora justamente a relação entre palavras e imagens presente no relato de Peixoto. Procura demonstrar como as fotografias – sejam elas produzidas ou observadas – constituem formas falíveis de representação do mundo, dificultando eventuais tentativas de descrever fielmente o Outro. Este estudo partirá assim do ponto de vista do autor que considera que qualquer imagem capturada naquele espaço exige uma dupla descodificação.
 
 
 
 
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