Abstract
Nas últimas décadas, estudiosos transnacionais têm analisado o papel dos laços sociais na produção de conexões que ligam pessoas em diferentes lugares do mundo, dentro de um contexto de intensa mobilidade e de bens na chamada “era móvel”. Em discussões sobre etnia, nacionalidade e a formação de “comunidade étnica” no exterior, os estudos transnacionais, no entanto, celebram com demasiada facilidade a “semelhança étnica” que constitui laços de a nidade baseados na experiência cultural compartilhada. No entanto, há uma falta de compreensão da experiência migratória transnacionalista em relação aos legados coloniais e às múltiplas distinções existentes entre os migrantes. Neste artigo, contribuo para a discussão sobre a experiência transnacional, demonstrando como os brasileiros em Londres estão constantemente ressignificando e negociando representações essencializadas e estigmatizadas de diferenças culturais, raciais e de gênero ao falar e interagir umas com as outras, bem como com europeus/britânicos. Os dados são resultado de uma abordagem metodológica mista, que combina etnogra a em locais de lazer frequentados por brasileiros em Londres, ao longo de 18 meses (de julho de 2013 a janeiro de 2015), além de 33 entrevistas em profundidade com brasileiros em Londres.
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