Abstract

Apresenta-se uma aplicação do Social Vulnerability Index – SoVI®, com o interesse de contribuir com o estudo geográfico da vulnerabilidade social à desastres naturais em áreas urbanas. Para exemplificação utilizou-se dados do censo demográfico por setores censitários urbanos da cidade de Santos, na Zona Costeira Paulista. Foram detectadas nove componentes que explicam 75,6% da variância da vulnerabilidade em Santos. A primeira componente é a desigualdade social, racial e gênero, e uma vez que, as jovens, alfabetizadas, portadoras da cor parda e residentes em domicílios improvisados sem rendimento, são o grupo populacional mais vulnerável. Valores altos de SoVI® foram observados nos setores norte da cidade, que compreende a zona portuária, o centro e as áreas de aglomerados subnormais. Os menores índices estão distribuídos, no setor sul da cidade, especialmente na orla praiana. Em Santos, a espacialização do SoVI® apresenta-se como um subproduto de eventos históricos e contextos sócioespaciais que explicam como os processos de urbanização (precária e segregada) incorporaram diferentes níveis de vulnerabilidade social com privações de direitos à cidade e à justiça social. Assim, o SoVI® é estratégia interessante para o estudo dos riscos e desastre, desde que os processos metodológicos de elaboração sejam claros e substanciados teoricamente

Highlights

  • Se presenta una aplicación del Índice de Vulnerabilidad Social SoVI®, con el interés de contribuir al estudio geográfico de la vulnerabilidad social a los desastres naturales en las zonas urbanas

  • De forma abragente, essas métricas podem auxiliar tanto orientações para decisões políticas de defesa e proteção civil, quanto também problematizar as estruturas internas que configuram e organizam os riscos dos lugares (BIRKMANN, 2006; CUTTER, 1996; 2003)

  • A transformação destes paramêtros exige cada vez mais que ela seja entendida de fato como a face invisível dos riscos (CUNHA, 2013), e que tem servido muito mais para a reprodução das relações sociais de produção que organizam e estruram os impactos dos eventos perigosos e dos desastres nos lugares (DUTRA, 2015; NASCIMENTO Jr, 2018; ARMOND, 2018; RAMPAZZO, 2019; TEOBALDO NETO, 2019), do que um bom exercício acadêmico de base cartográfica, que se reduz em um mapa

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Summary

INTRODUÇÃO

Processos de elaboração de índices de vulnerabilidade, que se baseiam em ferramentas estatísticas e geotecnológicas, podem ser considerados como uma das possibilidades mais efetivas para avaliação, controle e gestão dos desastres. Do conjunto de indices de vulneraiblidade aplicados nos estudos geográficos dos desastres naturais, o modelo Social Vulnerability Index – SoVI® (Índice de Vulnerabilidade Social) desenvolvido por Cutter et al (2003) é um dos que tem apresentado boa funcionalidade de mapeamento, e também aberturas para discussão teórico-metodológica da análise dos riscos. A transformação destes paramêtros exige cada vez mais que ela (a vulnerabilidade) seja entendida de fato como a face invisível dos riscos (CUNHA, 2013), e que tem servido muito mais para a reprodução das relações sociais de produção que organizam e estruram os impactos dos eventos perigosos e dos desastres nos lugares (DUTRA, 2015; NASCIMENTO Jr, 2018; ARMOND, 2018; RAMPAZZO, 2019; TEOBALDO NETO, 2019), do que um bom exercício acadêmico de base cartográfica, que se reduz em um mapa. Dialeticamente são esses processos em totalização que submetem as populações e os lugares a situação de emergência permanente (CUTTER, 2006; 2010)

CARACTERIZAÇÃO DO UNIVERSO DE ANÁLISE
PROCEDIMENTOS METODLÓGICOS
Qualidade ambiental
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Findings
AGRADECIMENTOS

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