Abstract
este artigo examina a relação entre natureza e afeto no filme Post Tenebras Lux (Carlos Reygadas, 2012). Trata-se de compreender os efeitos da construção de paisagens fílmicas e afetivas, a partir de uma análise das formas de enquadramento de espaços naturais e figuras humanas e não humanas. A análise sugere que, ao intercalar uma série de cenas independentes da narrativa principal, os espaços tornam-se desconexos e autônomos, desorganizando a continuidade narrativa e enfatizando o quadro como o lugar da materialização dos afetos. Dessa forma, propõe-se que o espaço cinematográfico e as estratégias de enquadramento enfatizam a materialidade do cinema e do mundo e fazem uma conexão entre natureza, humanos e animais, evocando múltiplas subjetividades e criando um filme preocupado com o caráter imanente do cinema.
Highlights
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Nature z a, paisag em e afeto em P ost. . . | M ariana C un h a suggests that the interspersing of a series of sequences that are independent from the main narrative, the spaces become disconnected and autonomous, and disorganize narrative continuity while emphasizing the frame as the place for the materialization of affect
The article contends that the filmic space and the framing strategies emphasize the materiality of cinema and of the world, and connect nature, humans and animals, evoking multiple subjectivities, while revealing the film’s concern with the immanent character of cinema
Summary
As autoras destacam a continuidade entre o cinema e o mundo físico do qual ele faz parte e representa, ao afirmar que numa perspectiva ecológica, as materialidades do cinema abarcam a forma como este “registra, grava ou revela a realidade material de seus objetos; o lugar da imagem em movimento, fotográfica ou digital, na representação audiovisual; a relação entre o cinema e (...) os ‘sujeitos-de-uma-vida’”12, entre outras relações Post Tenebras Lux põe em cena uma comunhão e uma presença imanente dos corpos, rostos, objetos e ambientes, em que não há um desequilíbrio radical nas relações de poder entre esses elementos no filme, mas uma coexistência baseada na coevolução e colaboração no mundo material. A dimensão ética da representação da natureza e da realidade física, segundo Ivakhiv, faz parte de um campo que “defende que mais atenção seja dada à relação entre o mundo produzido pelo
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