Abstract

Nas últimas décadas do século vinte e na década inicial do século vinte e um, as narrativas sobre a violência têm proliferado dentro da produção cinematográfica latino americana. Com a projeção da violência na tela, filmes como Amores perros (México, 2000) e Cidade de Deus (Brasil, 2002) têm alcançado grande êxito de bilheteria nacional e internacional. Estas produções cinematográficas parecem dialogar com as notícias em primeiro plano das transmissões televisivas e dos jornais que comunicam diariamente um sem fim de histórias sobre a violência metropolitana. A episteme mediática, desta forma, cria um discurso de exclusão que serve para validar a negação de direitos humanos aos grupos marginalizados da sociedade.Dentro do espetáculo visual contemporâneo, quais são as narrativas que os filmes que abordam a criminalidade constroem e como dialogam com as percepções da violência e as suas origens? Este ensaio considera como O homem do ano (Fonseca 2003) critica o ímpeto da sociedade dominante de negar os direitos humanos quando não são pertinentes às classes altas. Tanto a sociedade hegemônica e como a mídia posicionam esta negação como uma resposta necessária à escalação da violência dentro do espaço urbano. O trabalho de Fonseca questiona o papel das elites na proliferação da violência e também na construção dos grupos sócio-econômicos não dominantes como bode expiatório pela mídia.

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